Embora o termo mentoria pareça ser bem atual, a relação de mentor e mentorado sempre existiu na sociedade de maneira espontânea, pois desde a primeira infância tivemos alguém que nos ensinou: pais, avós, irmãos. Seguir exemplos e eleger modelos de aprendizados é uma prática humana nata. No cenário informal no decorrer de nossas vidas, além de mentorados, sem notarmos fomos, provavelmente, também mentores. Ou seja, aprendemos desde sempre a praticar essa relação, seja com um amigo, com um irmão, com alguém próximo no trabalho. E percebemos que, em muitos casos, conviver com alguém que tem mais vivência e experiência em algum assunto que nos interessa, acelera o nosso aprendizado.
As organizações também perceberam essa aceleração e, por esse motivo o ambiente corporativo tem procurado colocar em prática, cada vez mais, os processos de mentoria. Com foco não apenas no aprendizado técnico e no domínio de resultados alcançados, o mentor, no ambiente corporativo, pode ajudar muito no aspecto emocional de seu mentorado, no ganho de competências comportamentais e, sobretudo, na abertura de oportunidades e novos contatos.
A base da mentoria é o relacionamento interpessoal. Gostar de gente, interessar-se pelas diferentes maneiras como as pessoas solucionam problemas, aproximam conteúdos e encaram desafios é matéria-prima para estabelecer um bom processo de mentoria saudável e com perspectiva de sucesso para os dois lados.
Mentoria nas organizações
A mentoria nas organizações começou a surgir de maneira mais planejada inicialmente nos Estados Unidos na década de 1970, expandindo-se, posteriormente, para o Canadá e países da Europa. Quem conseguiu colocar em prática corretamente esse conceito, pode ver a evolução nas relações internas e nos resultados alcançados.
Entre os mais diversos objetivos na implementação desse programa dentro das empresas, os principais são a rapidez e a consistência do conhecimento adquirido e das experiências trocadas. Embora a visão como um todo seja a busca de melhorias para organização, a mentoria também tem como grande foco auxiliar no desenvolvimento do ser humano, pois se o mentorado não tiver claro qual objetivo quer atingir, o processo pode tornar-se mais complicado. (Em outro post, falaremos melhor sobre a importância do autoconhecimento em programas assim).
O programa de mentoria em uma organização oferece diversas vantagens, algumas das quais elencamos mais abaixo, no entanto, é preciso ter em mente que a organização e o planejamento são imprescindíveis para o bom encaminhamento do processo como um todo.
Acelerar a adaptação de novas pessoas na empresa ou em áreas e práticas diferentes das quais atuavam.
Acelerar a aquisição de conhecimento específico por meio da história e da prática compartilhada com o mentor.
Reter conhecimento tácito (aquele que não está em escrito em nenhuma obra, nenhum livro, apenas nas experiências da pessoa). No processo de mentoria você pode fazer a transferência e este conhecimento permanece dentro da organização.
Preparar ambiente propício para absorção de mudança de cultura organizacional: multiplicar novos valores por meio de práticas exemplares carrega maior porcentagem de sucesso do que manuais ou novas políticas de conduta.
Além de facilitar caminhos para melhores resultados organizacionais, o processo presenteia tanto mentores quanto mentorados. Vamos falar desses ganhos em um próximo texto.
E você, sabe identificar seus mentores informais? Em que momento eles foram importantes na sua vida e carreira?
Natália Brasileiro, sócia da Veropequi