Aquele livro do Jim Collins, Good to Great, revela um estudo com várias empresas para trazer características de “Empresas feitas para vencer”. O que mais me tocou nas características apontadas é que os líderes das cadeiras mais altas tinham um atributo comum, a humildade.
Isso me chamou a atenção pois quando reparo em algum líder ou alguma líder que me inspira, penso se essa pessoa tem a percepção de que é uma referência para os outros. Acredito que o líder humilde talvez lide com tanta naturalidade com o que está em sua volta que não pára e reflete sobre o impacto que tem no outro. Imagine então a potência desse líder se ele percebesse o poder de inspirar outras pessoas.
A reflexão de “como sou percebida(o)?” apresenta para gente se a mensagem que queremos transmitir é a mensagem que o outro está captando. Tudo comunica, a nossa fala, gesto, vestimenta, contexto e até o silêncio e o mais complicado é garantir a coerência da percepção com o que queremos transmitir.
Essa coerência entre o que queremos transmitir e o que o outro percebe só é garantida no olhar do outro. É o outro que nos conta a percepção que ele tem sobre nós, assim como, em mão dupla, é no outro que nos reconhecemos. É prestando atenção no outro que podemos ter sinais de como somos percebidos.
Para nos entendermos na nossa carreira, a percepção do outro é fundamental para nos desenvolvermos e agirmos com coerência com como queremos ser vistos. Em nossa trajetória na Veropequi dentro dos projetos de mentoria, pausas para pesquisas por meio de formulários são interessantíssimas no processo de percepção para nossos mentorados. Surpresas sempre acontecem durante o recebimento dos retornos porém é muito mais comum o mentorado se espantar com a riqueza das percepções dentro do espaço de trabalho. Sabemos, muitas vezes, como somos percebidos, mas caímos na tentação de separar o mundo privado do mundo corporativo e nos surpreendemos em saber algo óbvio: somos uma única pessoa e equalizar as percepções faz total sentido além de garantir potência à análise de nosso momento na carreira.
Outro ponto importante para pensarmos sobre “como sou percebida(o)?” é por qual característica muito marcante, muito particular quero ser reconhecido? Qual meu diferencial e valor maior quero que seja percebido rapidamente? São questões muito individuais que podem direcionar os próximos passos das nossas carreiras. Ter a consciência de como estou sendo percebido e a impressão que deixei é a chance que temos de nos aproximarmos da busca da coerência entre a fala e ação.
Esse olhar importante vindo de fora, também envolve o olhar de pessoas que não fazem parte do meu dia a dia no trabalho. A família, amigos antigos e ex-colegas de trabalho podem trazer informações muito relevantes. Buscar essa abertura na conversa com esse público ajuda a ajustarmos a imagem que queremos passar.
Você está prestando a atenção de como se comunica e como está sendo percebido?
Boa reflexão
Natália Brasileiro, sócia da Veropequi