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O valor da mentoria

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Pegamos emprestada esta frase de Cora Coralina para traduzir o significado de um processo de mentoria bem trabalhado.

O processo formal ou informal da mentoria traz uma troca intensa, já que é necessário que o mentor tenha vivência sobre o que se propõe orientar e disposição para compartilhar. O mentorado precisa estar inteiramente aberto ao autoconhecimento e às experiências do próprio comportamento.

Um dos maiores ganhos da mentoria é a possibilidade de guiar nossas carreiras com intenção e não conforme a ocasião. É importante que durante o processo a gente tome consciência de que não há espaço para vitimização ou terceirização do plano de carreira. O foco passa a ser a coerência entre os valores pessoais e nossos objetivos de carreira: em cima de que construímos nossos sonhos?

A mentoria ajuda a enxergar que carregamos as experiências e aprendizados vivenciados por nós durante toda a trajetória profissional. O acúmulo de conhecimentos não é descartado para que algo novo possa acontecer. Tudo é lição aprendida!

Através do autoconhecimento somos capazes de agir de forma mais assertiva e consciente de nossos anseios, direcionar as ações para que o processo de desenvolvimento seja acelerado e distinguir o descontentamento pontual com a frustração real das escolhas profissionais.

Um olhar mais suave para a carreira possibilita o progresso de nossas melhores competências ao invés do incentivo da prática dos extremos como “largar tudo e vender coco na praia”. Essas decisões mais impetuosas podem, algumas vezes, serem genuínas ou necessárias. Mas muitas vezes elas significam que a pessoa certamente sabe o que não quer, mas ainda não teve contato com o que realmente quer.

Com a mentoria entramos em contato com “tornar-se” o que já ensaiamos de forma mais inconsciente. Por isso há a aproximação de nossos desejos mais genuínos! Ao acessar as evidências disponíveis sobre as possibilidades de futuros podemos nos preparar para sermos agentes do processo da (trans)formação sem fim que é a busca da realização profissional.

Marina Scatena, sócia da Veropequi

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