É bem comum conversar com profissionais que mudam de empresa e a fala é mais ou menos assim: “decidi mudar de empresa porque lá tem plano de carreira”. Nesse mesmo momento minha cabeça sinaliza, será que conto que é uma ilusão deixarmos nossa carreira nas mãos da empresa ou deixo a pessoa perceber sozinha?
O plano de carreira é um instrumento importante para a empresa e muitas vezes é uma exigência legal e sindical. A empresa organiza sua estrutura e crescimento através de ferramentas que formalizam os cargos, salários, áreas de trabalho e atuais e futuras necessidades. A prioridade maior é o desenvolvimento da empresa.
Para aqueles que se sentem seguros e estáveis sabendo que existe um plano de carreira estruturado na empresa, arrisco dizer que a necessidade deste porto seguro está altamente relacionada a sua história e trajetória de vida, o que está tudo bem também.
Quando falamos de carreira estamos falando de pessoas, suas experiências, seus anseios e sua história e por isso é desafiador pensar que a nossa carreira está em nossas mãos. Será que me conheço a ponto de conseguir refletir e ser a(o) responsável sobre minha carreira?
Repare que usei a palavra refletir. Pense em sua carreira como o fluxo de um rio que segue agregando novos afluentes, que se separa depois retoma e desemboca em algo bem maior. Não existe mais aquela ideia de carreira em ascensão o tempo todo. No mundo atual é também muito rico e valorizado profissionais que passaram por muitas experiências, até mesmo falência, e souberam refletir e contar sua trajetória.
Saber contar suas experiências, vivências e aprendizados acimenta nossos conhecimentos e inspira quem está ao nosso redor. O líder que consegue contar sua história, reconhecendo também suas decepções, motiva sua equipe a refletir sobre o que faz sentido para cada um e engaja a viver seu próprio rio.
Quando falamos de vivências que impactam na nossa carreira, não podemos apenas refletir pelas experiências profissionais, é altamente necessário repensar toda a nossa história de vida. Quem são meus precursores? O que me alimenta? Como me relacionava na adolescência? O que gostava de fazer?
Um exemplo bem pessoal é quando lembro que jogava vôlei, um esporte em equipe. Percebo que hoje nas minhas atividades profissionais, gosto de gente trabalhando junto, pensando o que fazer e como pode impactar o outro, que tem tudo a ver comigo quando conto minha história.
Refletir sobre a carreira não precisa ser um ato solitário. Hoje, muitos profissionais estão abertos a mentorar pessoas que queiram pensar sobre suas carreiras, buscar referências e principalmente, histórias bem contadas e vividas.
Buscar mentoria estruturada também é um caminho maravilhoso para quem se questiona quais as opções da sua carreira nesse momento ou até como facilitar caminhos para o autoconhecimento da própria trajetória. Qual é o seu plano para além dos planos que a empresa formaliza para você?
Muitos profissionais buscam a Veropequi para discutir: o que não muda quando tudo muda?
Natália Brasileiro, sócia da Veropequi